Vazio como os olhos que se apagaram
Não há tormento algum.
Alegria o que é? Deve-me ser indiferente.
A calma paz que invade o ser?
Desconheço tal magnitude.
Os pensamentos ja desimportantes,
Tão inacabados quanto uma ferrovia abandonada,
Já não se iludem, nem se expressam...
Somente calam-se:
Ouvem a voz do silêncio!
Ela revela os segredos do universo
E desembaraça as confusões do coração.
Tudo, agora, não é nada
O dia agora é só a fria madrugada
Que traz consigo a tão vulgar escuridão,
A intolerância, o pecado.
E então, despindo-se da paz,
Te toca o tormento e a sedução.
A noite é como a juventude...
Não tem limites, somente imaginação.
Não use-a...
Ela entorpece, vicia, toma-te a razão
Sim, isso tudo é alucinante
E quando acabar, encontre seu destino,
Encosta-te em qualquer muro desilusão
Não fuja do vazo que domina-te agora
Bem vindo:
Essa é tua excitante frustração...
E assim como te veste de falsa euforia
Traz o vazio verdadeiramente doloroso
Não chore, não sinta, não revolte-se
Apenas cale-se.
Ouça a voz do silêncio!
Ela não alegra, não frustra...
Mas cada palavra dita, e por ti ouvida
Vem do mais profundo completo-vazio do seu espirito.
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